quinta-feira, 16 de abril de 2009

O Fenómeno da sétima arte


Charlie Chaplin (16 de Abril 1889 – 25 Dezembro 1977)

Penso que se fosse possível ressuscitar algumas das personalidades mais marcantes da história mundial, sem dúvida que da sétima arte, o escolhido seria Charles Spencer Chaplin.
Este verdadeiro génio inglês, nascido em Londres, foi o actor mais famoso dos primeiros tempos do cinema de Hollywood, e posteriormente um brilhante realizador.

O seu papel principal, mais recordado e adorado por todos foi o “The Tramp” (O vagabundo). A sua caracterização era a de um homem apalhaçado. Visivelmente pobre, deambulava nas ruas com um fraque preto esgarçado, calças velhas, sapatos desgastados mais largos que o seu pé, uma bengala de bambu e a sua marca pessoal, o bigode.

Sempre fui fã desse seu personagem, e ainda fiquei mais quando ao ler um pouco da sua biografia, soube que a sua criação se baseia num auto-retrato da sua infância, pobre e problemática, marcada pela ausência do pai verdadeiro que nunca conheceu, pela mãe que passou parte da sua existência em centros psiquiátricos e pelo padrasto alcoólico que abandonou a sua mãe quando ele ainda era criança. Este relato explica o facto de Chaplin e o seu irmão terem crescido como órfãos numa instituição de acolhimento de crianças.

Ao invés do que acontecia naquele tempo, hoje em dia há bastante mais facilidade em fazer cinema, as condições são mais vantajosas, muito por força da evolução tecnológica, que foi exponencial. Este facto deu um enorme valor à qualidade do cinema de Charles Chaplin. Eram – e ainda o são - comédias inspiradoras e com personagens criativas, magicadas na sua mente brilhante.

Em todos os filmes de “Charlot”, como também ficou conhecido, há a preocupação de criticar a sociedade, de alertar os espectadores para determinado facto, ou de levá-los a tomar uma determinada posição. Todas estas questões, muitas delas sérias estavam dissimuladas num humor sublime, facto que permite entender todo o génio de Charles Chaplin.

Alguns dos seus melhores filmes possuem essas características. “Tempos Modernos” que satirizava a mecanização da modernidade, e o polémico ‘’O Grande Ditador’’, em que demonstra a sua posição em relação à política de Hitler e se mostra contra as perseguições raciais na Europa, são exemplos de películas com uma feroz crítica social.

Charles Chaplin é um exemplo de um actor com vocação, numa altura em que o cinema não era uma indústria como nos dias que correm. Hoje, os actores são meros operários programados de um sistema concertado – por vezes corrompido - de produção de filmes. Charles Chaplin contribuiu para isso ao fazer do cinema uma forma de arte de massas mas, certamente, que os actuais “Tempos Modernos” da sétima arte, não deixariam satisfeito um homem que transpirava genialidade.
Acho que se pode afirmar que Chaplin foi uma das personalidades mais criativas da história do Cinema... que actuou, dirigiu, escreveu, produziu e eventualmente financiou os seus próprios filmes.
Se Sinatra foi A Voz na música, Chaplin foi A Personagem no cinema.

Fábio Moreira nº 34033

6 comentários:

  1. Sem dúvida que Chaplin é uma figura híbrida do cinema mudo.

    Parabens Fabio, gostei da tua sencibilidade fílmica na escolha deste tema =)

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  2. Chaplin é um marco do cinema. Recordá-lo é afirmá-lo como um dos grandes, talvez como um dos maiores do seu tempo...Gostei!

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  3. http://www.youtube.com/watch?v=8-UiCnxARJY(CHARLIE CHAPLIN - modern times)

    Porque nos tempos modernos uma imagem ainda vale mais que mil palavras ;)

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  4. Conseguiste realmente transmitir o sentimento Fábio. Foi uma personagem que marcou sem dúvida a indústria do cinema. Lembro-me de assistir aos seus filmes, juntamente com a minha mãe, e simplesmente adorávamos.
    Charles Chaplin será sempre o melhor do cinema mudo =)

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  5. Neste caso será: Voz para quê?

    Figura histórica que, mesmo sem a utilização da voz, provocou e despertou no público uma quantidade de emoções que muitos dos actores actuais, com o uso da sua voz e com o recurso a inúmeras tecnologias, são incapazes de o fazer.


    Joana Gonçalves
    Nº 34037

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